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quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Um amor sem sobras


E tem um jeito tonto
de passear pelos meus cantos.
E vem num jeito sonso
Correr, deitar em cada cômodo.

E ser assim in- cômodo
metendo  a mão nas rachaduras,
agruras de um tempo vão.
Me lambe as frestas e arestas.
Vagueia em mim, sua casa velha,
se envolve teso no meu chão
Me morde e dorme feito um cão

E somo (os) nós da reta abandonada
Rangem as portas, cantam as tábuas
Limo e musgo dessa história inacabada.

O ontem se consagra anfitrião
da sua presença mofada.

Sandra Freitas

 [....]

Passeamos na nossa velha casa
e por aí lembramos o nosso amor,
hoje envelhecido pelo tempo,
mas nas nossas lembranças muito desejado!

Passeámos abraçados pelos cantos,
em cada um deles uma história,
noutros o desejo elevou,
disse-te o que ia em minha alma:
Sem ti minha vida
não tinha sentido!

Faltava-me a tua voz,
a tua palavra, o teu carinho,
o teu amor!

O teu sorriso
trouxe-me a Luz
que sempre nos uniu
e alimentou a nossa alma!

Choraste a saudade,
a dor de forte sentimento,
que só nós entendemos,
só nós sentimos!

Fizémos silêncio...
... nossos corpos se uniram
e naqueles momentos
provámos que nosso amor e nossos corpos
estavam mais rejuvenescidos que aquela casa!

José Manuel Brazão





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