E tem um jeito tonto
de passear pelos meus cantos.
E vem num jeito sonso
Correr, deitar em cada cômodo.
E ser assim in- cômodo
metendo a mão nas rachaduras,
agruras de um tempo vão.
Me lambe as frestas e arestas.
Vagueia em mim, sua casa velha,
se envolve teso no meu chão
Me morde e dorme feito um cão
E somo (os) nós da reta abandonada
Rangem as portas, cantam as tábuas
Limo e musgo dessa história inacabada.
O ontem se consagra anfitrião
da sua presença mofada.
Sandra Freitas
[....]
Passeamos na nossa velha casa
e por aí lembramos o nosso amor,
hoje envelhecido pelo tempo,
mas nas nossas lembranças muito desejado!
Passeámos abraçados pelos cantos,
em cada um deles uma história,
noutros o desejo elevou,
disse-te o que ia em minha alma:
Sem ti minha vida
não tinha sentido!
Faltava-me a tua voz,
a tua palavra, o teu carinho,
o teu amor!
O teu sorriso
trouxe-me a Luz
que sempre nos uniu
e alimentou a nossa alma!
Choraste a saudade,
a dor de forte sentimento,
que só nós entendemos,
só nós sentimos!
Fizémos silêncio...
... nossos corpos se uniram
e naqueles momentos
provámos que nosso amor e nossos corpos
estavam mais rejuvenescidos que aquela casa!
José Manuel Brazão
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